quarta-feira, 9 de janeiro de 2013

Lágrimas do céu


Cai a chuva
Dos meus olhos
E cai a chuva
Lá no céu

Há diferença
Entre elas?
Chove do mesmo jeito
E tem o mesmo defeito:

Ninguém consegue controlar.
A chuva dos olhos
E a chuva do céu.

A chuva
lava a rua
molha a casa
inunda a cidade
e não limpa
os pensamentos
que me invadem.

Chove lá fora
mas quem troveja
sou eu.

O país não é só o que passa na televisão


Gente morando na rua
Vivendo de miséria
Com as crianças todas nuas.
Politico que rouba do ladrão
Quer nosso perdão
Se perguntar se ele roubou,
Ainda diz que não.

Lugar onde o futebol
É mais importante que
Educação.
E a saúde está mais precária
Do que dizem na televisão.

Dão audiência para novela
Da rede globo,
Povo alienado
Tudo bobo.

Sujeira para todo canto
Da cidade
Os ricos com sua vaidade
Compra um iate
E não ajuda quem está precisando.

Gente mesquinha
Só sabe tomar conta da vizinha
E ainda a chama de negrinha.

Pai que mata filho
Filho que mata os pais
E nem pra cadeia vai.

Policial que devem trazer nossa proteção
Se tonar ladrão.

Acorda nação!

O país não é só o que passa na televisão.

Aí,
me bate
aquela saudade
da vida
como ela
era.
Ou como
não era
mas,
quem dera,
fosse.

Vegetando o ser: Maria


Maria aprendeu a chorar aos 50 anos
Diziam-lhe que chorar era errado.
Maria era bailarina
Hoje Maria baila entre um copo e outro.
Maria era poetiza
Conheceu a noite como ninguém
Ganhou com ela alguns vinténs.
Maria passou fome, lutou como homem.
Amou belos rapazes
E quem sabe belas moças?
Maria amou sem limites
Escreveu no papel
Seu amor pelo poeta que a levou ao céu.
Maria criou e educou muitos semelhantes
Coisa que Maria nunca teve antes.
Maria viveu a vida por um triz
Mas Maria foi feliz.
Hoje Maria carrega o mundo nas mãos, nas costas e no coração
Hoje Maria divide o pão com todos que lhe disseram “não”.